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Arquivo da categoria: Música para Ler

Coluna “Música para Ler”

Música para ler #4

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Qualquer fã de música acaba estendendo seu amor a quem faz essa música, e é inevitável não se interessar pela vida do seu artista favorito. Do outro lado, há quem se aproveite disso. Jornalistas e paparazzi, chame como quiser – há também os que atravessem os limites do interesse e se aproveitem de todo e qualquer bafón para fazer notícia. E é isso que o Música para ler traz hoje: as vidas polêmicas de alguns músicos que foram impressas nas biografias não-autorizadas. Vamos a eles…

Britney Spears, de “not a girl, not yet a woman” à bff de Paris Hilton e Lindsay Lohan, suas parceiras de noitadas regadas a muito álcool e drogas. Isso, o divórcio com seu ex-dançarino Kevin Federline e a tendência suicida descoberta após o nascimento do seu primeiro filho são explorados na biografia “Observando Britney – Britney através do cerco” escrita em 2008 pelo jornalista Ian Halperin e com seus direitos vendidos sem a autorização da cantora. A obra ainda não foi publicada.

 

Axl Rose, famoso pela “personalidade forte” tem seu perfil problemático explicado em “Axl Rose – a biografia não-autorizada”, por Mick Wall, jornalista que já trabalhou na revista Kerrang! e conhecido de longa data dos integrantes do Guns N’Roses. O livro nada mais é do que a investigação da vida turbulenta de Axl, e traz desde a sua infância difícil em Indiana, a adolescência e o abuso cometido por seu pai, até o sucesso do Guns.

 

 

 

Nem o gênio John Lennon escapou de especulações tontas. “John Lennon – A vida”, o livro de Philip Norman, especula a atração de John pela própria mãe, sua possível bissexualidade e um suposto ciúmes exagerado por cada uma de suas namoradas.

 

 

 

Diferente dos artistas anteriores,Madonna vetou o lançamento de uma biografia sua escrita pelo próprio irmão Christopher Ciccone, intitulada “A vida com minha irmã Madonna”. Ciccone fala do egocentrismo incurável da irmã, de sua relação com a Cabala e revela até uma secret party onde ela teria beijado a amiga Gwylneth Paltrow.

Recomendo a leitura de todo e qualquer livro, de culinária, auto-ajuda, romancinho água-com-açúcar e até mesmo biografias não-autorizadas. Só não dá para esquecer que tem muita coisa inventada nesse meio, então sem se alienar a factóides! Encerro hoje com a pelo menos por enquanto rainha do pop e seu genial vídeo para a fofíssima música “Love profusion”. Au revoir, cheries!

Música para ler #3

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Prontos para decolar? Pois bem, hoje o Música para ler vai a Liverpool sem sair do Rio Grande do Sul. Isso, Rio Grande do Sul que além de ser minha terrinha, é palco da obra que trago hoje para mostrar a vocês: O rapaz que não era de Liverpool.

“O rapaz que não era de Liverpool” é um romance de ficção juvenil escrito pelo gaúcho Caio Riter. A história é sobre Marcelo, um beatlemaníaco (viva o bom gosto musical!) que descobre ser filho adotivo de seus pais. O interessante do livro, é que cada um de seus capítulos leva o nome ou trecho de uma música dos Beatles! Demais, né?

Além disso, o enredo todo gira em torno do garotos de Liverpool, pois Marcelo se apaixona por uma garota ao descobrir que ela também é fã do quarteto britânico!

Para qualquer beatlemaníaco: vale a pena ler. Essa é minha dica da semana! Deixo vocês com minha música favorita do álbum favorita da minha banda favorita!

Au revoir, cheries!

Música para ler #2

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Alex Trimble… já ouviu falar dele? Até pode ser que não, mas se você acompanha a cena indie, com certeza já escutou a voz dele por aí alguma vez. O fofo é vocal da banda irlandesa Two Door Cinema Club, que esteve no Brasil em janeiro para alguns shows.

No começo de julho eles estiveram no Glastonbury onde foram até convidados a uma conversa com Príncipe Charles, que queria conhecê-los pois foi sua banda preferida entre as apresentações. No mesmo festival, o trio mostrou à plateia uma das músicas que estará presente em seu novo álbum, previsto para o ano que vem. Escute abaixo “Sleeping alone”, a nova canção dos irlandeses.

O “Música para ler” de hoje traz das preferências literárias de Alex Trimble, um clássico que amante algum das letras pode deixar escapar.

Em entrevista à NME Magazine deste mês, Trimble é “dissecado” e expõe seus gostos e preferências no cinema, na música e declara que o livro que mudou sua vida foi “On the road” (On the road – Pé na estrada, na versão brasileira), de Jack Kerouac.

“Eu sempre li muito, mas com o passar do tempo, eu sentia que estava lendo livros que nada me acrescentavam. Li “On the road” três anos atrás quando estávamos iniciando nossas viagens  e foi a primeira vez que li um livro que realmente tinha conexão com a minha vida.” disse Alex, na entrevista que você pode ler na íntegra clicando aqui.

“On the road” foi escrito em pouco menos de um mês por Jack Kerouac em 1950 e publicado pela primeira vez em 1957. Escrita em primeira pessoa e narrada por Sal Paradise (que dizem por aí ser o alter-ego de Kerouac),  a história que encontramos ao abrir as mais de 300 páginas do livro é de um aspirante a escritor que atravessa os Estados Unidos num vai-e-vem regado a “sexo. jazz e liberdade”, como traz a contracapa de uma das edições brasileiras. Aliás, os famosos “sexo, drogas e rock n’roll” dos anos 60, muito foram influenciados pelo livro que traz toda essa ideologia de libertinagem dos hippies. A obra seguiu influenciando do pop ao rock, até o movimento punk mais tarde. Hoje, nas estimativas de roubos em livrarias dos Estados Unidos, “On the road” é tido como o título mais furtado! Curioso, né?

No cinema, “On the road” ganhou uma versão dirigida pelo brasileiro Walter Salles e com atuação de Kristen Stewart (aquela que protagoniza Crepúsculo) e Kirsten Dunst (a namoradinha de Peter Parker no cinema). A estreia está prevista para 2012.

Recomendo Two Door Cinema Club tanto quanto Jack Kerouac, ambos frequentam meu Top 5 de bandas e escritores, respectivamente. Até semana que vem, cheries! Au revoir!

Música para ler #1

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Hoje é dia de début no DaMusicBlog! E deixem-me que eu o faça… a partir de hoje, todos os domingos, irei trazer no “Música para ler’’ tudo que envolva música e literatura. Eu disse tudo. E que rufem os tambores, pois conheceremos o músico escolhido para estrear a coluna com seu pézinho no mundo literário.

Eu falo de Nick Cave, aquele autraliano com cara de malvado que faz um som que poderia muito bem ser trilha sonora de um filme policial. O cara já foi vocal na The Birthday Party, Grinderman e já chamou a PJ Harvey para cantar com ele. Suas letras enriquecidas de detalhes – e que em sua maioria são narrativas – fazem qualquer um pensar “Ei, esse cara poderia escrever um livro”. I got some news for you, esse cara escreveu um livro. E não só um.

A influência da literatura é tão grande no trabalho de Nick, que na música “Where the wild roses grow” gravada em dueto com a também australiana Kylie Minogue, a personagem Elisa Day foi criada inspirada no poema “Porphyria’s Lover” de Robert Browning – escritor inglês que viveu entre 1812 e 1889. Nos versos de Browning, o amante descreve seu amor à Porphyria. Impulsionado pela obsessão que sentia pela beleza da jovem, ele a mata numa tentativa de tê-la só para ele. Exatamente como na canção que faz parte do álbum “Murder Ballads”.

Há quem diga também, que Elisa Day realmente existiu, e era uma prostituta que foi morta por um de seus amantes cego de ciúmes. Mas essa versão mais parece uma mistura dos versos de Browning e Cave.

O poema na íntegra você pode ler clicando aqui. Confira abaixo o videoclipe da música de Cave e Minogue, que em uma bela produção e direção fotográfica, quase se compara a um curta cinematográfico.

Quanto à carreira no mundo das letras, Nick lançou seu primeiro livro em 1988, o “King Ink”, com letras, peças e algumas colaborações de Lydia Lunch.

Um ano depois veio seu romance de estreia “And the ass saw the angel”. No ano de 1997, veio o segundo volume de “King Ink” trazendo letras, poemas e a transcrição de um ensaio de rádio feito para a BBC.

Finalmente em 2009, foi lançado “The death of Bunny Munro”, o primeiro livro de Nick Cave a ser lançado no Brasil. A história explicitamente obscena traz a vida decadente de Bunny Munro, um cara que vive os piores dias de sua vida depois do suicídio da esposa. O final eu não conto, mas recomendo para qualquer um que evita os finais felizes dos best-sellers.

Além disso, Nick Cave escreveu o prefácio para uma publicação do “Evangelho segundo Marcos” no Reino Unido.

Definitivamente, Nick não flerta com a literatura, ele é casado de papel passado com a danadinha!

Deixo vocês com a minha música preferida do australiano que atualmente canta com a banda “The Bad Seeds”. Au revoir, cheries!